quinta-feira, 26 de julho de 2012

Visitar Israel – Dicas de Viagem


O Estado de Israel é um país no Oriente Médio, na extremidade sudeste do Mar Mediterrâneo. É uma república democrática parlamentar fundada em 14 de Maio de 1948. É o único estado judeu em todo o mundo. Faz fronteira com o Líbano no norte, Síria e Jordânia ao leste e Egito no sudoeste.
A capital declarada (mas não reconhecida pela comunidade internacional) do país e sede do governo é Jerusalém, que é também a residência do Presidente da nação, repartições do governo, suprema corte e o Knesset (parlamento). A Lei Básica estabelece que “Jerusalém, completa e unida, é a capital de Israel” apesar de a Autoridade Palestina ver Jerusalém Oriental como futura capital da Palestina e as Nações Unidas e a maioria dos países não aceitarem a Lei Básica, argumentando que o status final deve esperar futuras negociações entre Israel e a Autoridade Palestina. A maioria dos países mantém sua embaixada em Tel Aviv. Israel é o único país no Oriente Médio cujo regime político é considerado uma verdadeira democracia, e seus cidadãos desfrutam de uma extensa gama de direitos políticos e direitos civis. Israel, ainda, é considerado o mais avançado na região em termos de liberdade de imprensa, regulamentações empresariais, competição econômica, liberdade econômica e desenvolvimento humano médio.
O conflito entre Israel e a Palestina em andamento continua a ser uma fonte de tensão dentro e fora de Israel. Em particular, isto causou tensões com os vizinhos árabes de Israel, com alguns dos quais Israel também entrou em conflito. Grupos como a Anistia Internaciona e Human Rights Watch têm sido críticos das políticas de Israel, enquanto outras organizações como a Freedom House o governo dos Estados Unidos e alguns países da Europa geralmente apoiando Israel.
Segundo as escrituras bíblicas, Israel é a terra prometida por Deus aos hebreus e é o berço da religião e da cultura judaica desde o século XVII a.C..
O turismo em Israel inclui uma rica variedade de locais históricos e religiosos na Terra Santa, assim como resorts de praia modernos, turismo arqueológico, turismo de legado e ecoturismo. Israel tem o maior número de museus per capita do mundo.[1]
Locais de interesse
Jerusalém
• A capital do Estado de Israel. A cidade mais sagrada no Judaísmo, a antiga capital da Monarquia Unida e depois do Reino de Judá. O local dos Templos em Jerusalém. Ver Muro das Lamentações.
• (Cristianismo) O local de alguns ensinamentos de Jesus e sepultamento; Os cristãos acreditam que ele foi crucificado em um morro próximo, Gólgota.
• (Islã) A terceira maior cidade. Domo da Rocha, Mesquita de Al-Aqsa.
Colinas de Golã
• Monte Hermon. Esqui durante o inverno.
• Arqueologia em Katzrin, Gamla, Fortaleza de Nimrod e Gilgal Refaim
Tzfat
• Uma cidade sagrada no judaísmo, onde muito do Talmud de Jerusalém foi escrito e a cabala (misticismo judaico) foi desenvolvido. Famoso por seus artesãos
Trâmites Fronteiriços

Todo viajante deverá apresentar o seu passaporte e o formulário de entrada para a polícia carimbar. Aquelas pessoas que não quiserem que o seu passaporte seja carimbado porque pensam viajar para algum país árabe (exceto Egito e Jordânia) que não mantém relações com Israel deverão comunicar às autoridades antes de entregar o passaporte. Fica a critério das autoridades aceitar este pedido. Segurança: Nos pontos de entrada e saída, realizam-se batidas policiais de segurança. Pedimos a fineza de serem pacientes durante as batidas policiais. São para a sua própria segurança.

Fronteira Israel / Jordânia:
• Rodoviária da Ponte Allenby: Tel. 02-9942302 Fax. 02-9943289 Horário: De Domingo a Quinta-feira: Das 08:00 às 20:00hrs. Sextas-feiras e Sábados: Das 08:00 às 15.00hrs. Taxa de saída: NIS 121 Transporte: Ônibus (Egged); Táxis: “Guesher” (NI.S. 34)
• Rodoviária de Aravá (Eilat): Tel. 07-6336812 Fax. 07-6336844 Horário: De Domingo a Quinta-feira: Das 06:30 às 22.00hrs. Sextas-feiras e Sábados: Das 08:00 às 20:00 hs. Taxa de saída: NIS 62.- A fronteira fica fechada dois dias ao ano: o dia do Perdão (Yom Kipur) e o dia do feriado muçulmano Id El Adha. Transporte: Ônibus Nº 16 (Saída: Rodoviária de Eilat) Tempo aproximado do trajeto: De 45 minutos a 2 horas.
• Rodoviária do Rio Jordão (Bet Shean): Tel. 06-6586448 Fax. 06-6586421 Horário: De Domingo a Quinta-feira: Das 06:30 às 22.00 hrs. Sextas-feiras e Sábados: Das 08:00 às 20:00hrs Taxa de saída: NIS 62.- Transporte: Ônibus Nº 16 (Saindo de Bet Shean). A fronteira fica fechada dois dias ao ano: o dia do Perdão (Yom Kipur) e o dia do feriado muçulmano Id El Adha.
Fronteira Israel / Egito:
• Rafiah (Ashkelon): Tel. 07-6734080 Fax. 07-6732974 Horário: Aberta as 24 horas do dia, exceto no Dia do Perdão (Yom Kipur) e no primeiro dia do feriado muçulmano Id El Adha. Taxa de saída: NIS 108.- Transporte: Ônibus “Egged” Consulte Horário: Tel. 03-694.88.88. Serviço de Táxis.
• Taba (Eilat): Tel. 07-6372983 Fax. 07-6373024 Horário: Aberta as 24 horas do dia, exceto no Dia do Perdão (Yom Kipur) e no primeiro dia do feriado muçulmano Id El Adha. Taxa de saída: NIS 62.- Transporte: Ônibus Nº 15 e 16. Saída Rodoviária de Eilat. Tempo aproximado do trajeto: De 45 minutos a 1 hora.
Moeda e operações bancárias

A moeda em Israel é o Novo Shekel (NIS). Cada shekel se divide em 100 agorot. Existem notas de 20, 50, 100 e 200 shekalim. Moedas por valor de 1 shekel, 5 e 10 shekalim, 10 e 50 agorot. Pode-se entrar no país com uma quantidade ilimitada de moeda estrangeira em dinheiro vivo ou traveller checks.
Que moeda levar: Naqueles países onde não é possível comprar shekalim, aconselhamos que levem Euros. A maioria dos pagamentos são feitos em moeda estrangeira e os trocos são dados em shekalim. Os principais cartões de crédito são aceites em Israel. Caso possua Visa ou Mastercard / Accesss / Eurocard é possível tirar dinheiro dos caixas 24 horas associados.
Horário de funcionamento dos bancos: De Domingo a Quinta-feira de 08:30 às 12:00hrs. Domingos, Terças-feiras e Quintas-feiras, também funcionam das 16:00 às 18:00hrs. Sextas-feiras e véspera de feriado, das 08:30 às 12:00hrs.
Atenção: O pagamento em moeda estrangeira exime os turistas do IVA em algumas compras e serviços.

Transporte

Transporte desde/até o aeroporto de Ben Gurion
• Aeroporto Ben Gurion / Telaviv
Ônibus United Tours – Ônibus nº 222 com saídas a cada 60 minutos (Das 04.00 às 24:00 hrs). Pontos: principais hotéis e terminal aéreo da El-Al na rua Arlozorov. Egged: Cada 15 minutos (Das 05:00 às 22.00 hs.)
• Aeroporto Ben Gurion / Jerusalém
Ônibus Egged – Saídas a cada 30 minutos (Das 06:30 às 22:10 hs) Táxis Nesher: Serviço de Lotação “sherut” (7 pessoas). Preço fixo.
Como chegar

A maioria das companhias aéreas européias voam a Israel em vôo regular e charter. Os passageiros da América Latina poderão voar através da Europa ou América do Norte. El-Al, Linhas Aéreas de Israel, (El-Al e Iberia voam com código compartido) voa desde as principais cidades européias e desde a América do Norte. Consulte o seu agente de viagens.
El-Al, Linhas Aéreas de Israel: http://www.elal.com
Iberia, Linhas Aéreas da Espanha: http://www.iberia.com
Ônibus:
Existe uma complexa rede que abrange totalmente o território. É o meio de transporte mais popular e econômico. Não operam durante o Sabbath.
Trem:
A rede ferroviária israelita é limitada. Existem três linhas:
1. Telaviv / Nahariya (para em Netanya, Haifa, Acre e outros pontos)
2. Telaviv / Rehovot (via Kfar Chabad)
3. Telaviv / Jerusalém (sobre uma antiga rede. Pitorescos recantos)
Todos os trens possuem um vagão de bar e deve-se reservar assento.

Táxis:
Pode pegar na rua ou pedir por telefone. Todos os Táxis têm taxímetro e estão obrigados a usá-lo. Existe um serviço especial conhecido como “sherut” (Lotação). Faz trajetos entre as principais cidades e itinerários dos ônibus. Cada passageiro paga um preço fixo.
Locação de carros:

Requisitos: Carteira de motorista em vigor, ser maior de 21 anos e ter cartão de crédito para deixar um pequeno sinal. Recomendamos alugar o carro com ar condicionado a partir do mês de maio até outubro.
Comunicações:

Para telefonar de Israel a qualquer país: Marque o prefixo internacional 00 e depois o prefixo do país para o que vai telefonar. Para telefonar para Israel: Código Internacional de saída, depois o prefixo de Israel 972 + Número de telefone (deve-se eliminar o 0 do prefixo local).

Roupa para levar:

Em Israel faz muito frio no Inverno, e mesmo nas noites de Verão em alguns lugares é necessário uma leve roupa de agasalho. No Verão: Um chapéu, protetor solar, óculos de sol, cantil (quando se viaja por conta própria), sapatos confortáveis para caminhar. Roupa adequada para clima cálido. No Inverno: uma capa de chuva e roupa de agasalho para as regiões de montanha. Roupa de banho: Também no Inverno para tomar banho nos balneários termais do Mar Morto e Tiberíades, e em Eilat. É conveniente levar uma mochila para as excursões curtas e para os passeios.
Lembre-se que nos lugares religiosos não está permitida a entrada com short ou de roupa sem manga
Aparelhos elétricos:

A voltagem em Israel é de 220 volts CA, fase única, 50 Hz. A maioria das tomadas de corrente em Israel são de três dentes, mas muitas também aceitam tomadas de duas pontas, do tipo europeu. Os aparelhos de barbear elétricos, os ferros para viagem e outros pequenos aparelhos podem precisar de adaptadores e/ou transformadores que se podem comprar em Israel.

https://politicageral.wordpress.com/2009/04/08/visitar-israel-dicas-de-viagem/

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Israel - Reserva Natural de En Gedi

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de En-Gedi)
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Etimologia: En-gedi ou Ein-gedi é uma expressão composta de dois radicais na língua hebraica. Ein significa fonte, nascente; Gedi significa cabrito. Logo: a expressão En-gedi ou Ein-gedi significa: a fonte do cabrito, a nascente do cabrito.
Cascata Shulamit, em Nahal David
Nahal David, Ein Gedi
Um damão na reserva natural de Ein Gedi
Ein Gedi (em hebraico: עין גדי, lit. Nascente do Cabrito; é um oásis localizado a Oeste do Mar Morto, perto de Massada e das cavernas de Qumran. Localização 31° 27' N 35° 23' E.
É conhecido pelas suas grutas, nascentes, e a sua rica diversidade de fauna e flora. Ein Gedi é mencionado diversas vezes nos escritos bíblicos, por examplo, no Cântico dos Cânticos; "A minha amada é para mim como um cacho de flores de henna nos vinhedos de Ein Gedi" (1:14). De acordo com a tradição judaica, David escondeu-se de Saul nas suas cavernas; "Então David saiu de lá, e ficou nas fortalezas de Ein Gedi" (I Samuel 23:29).
Um kibutz, fundado em 1956, está localizado a cerca de um quilómetro do oásis. Oferece várias atracções turísticas e tira vantagem do clima local e da abundância de água natural para cultivar diversos produtos fora da sua época normal. Antes da fundação do kibutz, a área de Ein Gedi não havia sido permanentemente habitada por 500 anos.

Índice

 [esconder

[editar] Parque Nacional de Ein Gedi

O Parque Nacional de Ein Gedi foi fundado em 1972 e é uma das mais importantes reservas naturais de Israel. O parque está situado no extremo oriental do Deserto da Judéia, na costa do Mar Morto, e cobre uma área de 6250 hectares (25 km2). A altitude do terreno vai desde o nível do Mar Morto, 418 metros abaixo do nível do mar, até ao planalto do Deserto da Judéia, 200 metros acima do nível do mar.
O Parque Nacional de Ein Gedi inclui duas ribeiras alimentadas por nascentes que correm durante todo o ano: Nachal David (ribeira de David) e Nachal Arugot (ribeira de Arugot). Duas outras nascentes, Shulamit e Ein Gedi, também correm na reserva. Juntas, as nascentes geram aproximadamente três milhões de metros cúbicos de água por ano. A maior parte da água é usada na agricultura ou é angarrafada para consumo.
O parque é um santuário para muitas espécies de plantas, aves e animais. A vegetação inclui plantas e árvores das regiões de clima tropical, desértico, mediterrânico e estépico, tais como a maçã de Sodoma, acácia, jujuba, and cloupo. Às muitas espécies de aves residentes juntam-se mais de 200 espécies adicionais, durante os períodos das migrações na Primavera e Outono. As espécies de mamíferos incluem o íbex e o damão.
No Verão de 2005, cerca de dois terços do oásis ardeu completamente depois de um turista largar um cigarro aceso nos terrenos do parque.

[editar] Jardim Botânico

O Jardim Botânico no kibutz Ein Gedi
A área do kibutz contém um jardim botânico famoso internacionalmente que cobre uma área de 10 ha. Lá, é possivel encontrar mais de 900 espécies de plantas de todo o mundo.

[editar] Referências Bíblicas

No Livro das Crónicas[1] é identificado com Asasonthamar, a cidade do Amoreu, morto por Chedorlaomer[2] na sua guerra contra as cidades da planície. O Livro de Josué[3] enumera Ein Gedi entre das cidades da Tribo de Judá no deserto Bet Arava, mas o Livro de Ezequiel[4] mostra que era também uma povoação de pescadores. Depois, o Rei David esconde-se no deserto de Engaddi[5] e o Rei Saul busca-o mesmo "sobre os penhascos, apenas acessíveis às cabras montesas".[6] De novo, é em Ein Gedi que os Moabitas e os Amonitas se unem para lutar contra Josaphat[7] e para avançarem contra Jerusalém "pela subida de Sis".[8] Finalmente, o Cântico dos Cânticos[9] fala das "vinhas de Engaddi". As palavras, "Eu fui exaltado como uma palmeira em Cades", que ocorre no Eclesiástico, xxiv, 18, pode provavelmente ser entendido como as palmeiras de Ein Gedi.

[editar] História

A cidade judaica de Ein Gedi era uma importante fonte de bálsamo para o mundo Greco-Romano até à sua destruição pelo imperador bizantino Justiniano I como parte da sua perseguição aos Judeus no seu reinado. Um belo mosaico da sinagoga testemunha a antiga riqueza de Ein Gedi, incluindo uma inscrição Judeo-Aramaica alertando os habitantes contra "revelar o segredo da cidade" - os métodos de extracção e preparação da muito apreciada resina de bálsamo - para o resto do mundo.
Entre o século XIII e a Guerra da Independência de Israel em 1948, Ein Gedi foi habitada em várias ocasiões tanto por Judeus como por nómadas beduínos.
Em Abril de 1848, O Tenente William Francis Lynch liderou uma expedição americana que desceu o Rio Jordão até ao Mar Morto.[1] Após "descobrir" Ein Gedi, deu-lhe o nome de Nascente de George Washington.

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quinta-feira, 19 de julho de 2012

Via Maris, nom em latim para "Caminho do Mar". Citada na Bíblia, a Via Maris é umaantiga rota comercial usada no Oriente Médio ligando pela costa Egito,Pérsia, Síria, Anatólia e Mesopotâmia, que correspondem hoje a Egito,Irã, Síria, Turquia e Iraque.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009
Pela Via Maris atravessando o Armaggedon

Tiberíades, de manhã
Há dois mil anos a Via Maris partia de Cesaréia, na beira do mar, subia a encosta da planície de Shefelá, deixando à esquerda a meseta do Carmelo, nos contrafortes do Vale de Jezreel, cortando solenemente o Armagedon, ou Megguido, uma planície devastada pelo sol, onde hoje, depois que os israelenses drenaram a área, crescem lavouras de trigo, centeio e girassol.


Dali a estrada toma o rumo das colinas da Galiléia, costeando o Lago Tiberíades, passando ao lado dos Picos de Hittin, onde Saladino, aliás Salah-Ha-Din, derrotou definitivamente os cruzados. De Hittin, a rodovia atravessa as montanhas do Golan , entra na Síria e vai até Damasco, completando a ligação entre o Oriente Profundo e o Mediterrâneo.


Ao longo da estrada atual, a cada quilômetro emerge da terra nua e crestada a tubulação de água que atravessa Israel de norte a sul. Essa água sai do Lago de Tiberíades, aquele mesmo onde o apóstolo Pedro, aliás Simão Pedro, pescava - e vai sendo distribuída para todos os rincões do país, em tubulações cada vez menores. Quando a água chega no pé da planta, é controlada por um sistema de relé, que desliga quando chove. Quando não chove, goteja dia e noite, mantendo tudo verde, desde as alfaces da horta do kibutz até o gramado dos hotéis de turismo praiano em Tel Aviv.


Atravessamos velozmente as lavouras sulcadas do Vale do Armaguédon e eu me pergunto se não haveria um lugar melhor para acontecer a decantada batalha final, assinalada pelas profecias para ocorrer nesse mesmo vale no final dos tempos. Por enquanto, apenas um ou outro trator agrícola arrasta-se pachorrento, preparando o solo para a próxima safra. Pelo menos aqui, neste vale pretensamente apocalíptico, os arados insistem em substituir a espada.


Continuando pela Via Maris, a Estrada do Mar, logo nos deparamos com a riqueza milenar do Oriente, a oliveira. Centenas, milhares de oliveiras vão cobrindo de verde as encostas. De repente, no meio dos olivais, um posto de gasolina ou uma agência bancária surpreendem os visitantes. No período romano a Via Maris era totalmente calçada com pedras e só terminava em Damasco, a uns 90 km adiante.


A primeira parada do roteiro é Nazaré, administrada pela Autoridade Palestina. Nas cidades árabes as casas não tem telhado. O teto serve de cisterna para colher a eventual água da chuva. Nazaré deve ter uns 40 mil habitantes, vive do turismo, a parte central está tomada pelo comércio de suvenir. Faz um calor quase insuportável, as ruas não tem uma sombra, não há uma árvore onde alguém possa proteger-se do sol incandescente da Galiléia.


Não consigo ficar um instante sem a proteção dos óculos escuros. Bebo água mineral a cada 10 minutos. Depois de uma rápida caminhada decido retornar ao conforto do ar condicionado do ônibus. Charlie, o guia, retorna com o resto da turma,

e ao me ver prostrado na poltrona, grita dizendo que eu estou pronto para passar um dia no deserto!


Uma hora depois, de volta à Via Maris, avistamos ao longe o azul do Mar de Tiberíades - Kinéret em hebraico, Tiberíades é a nomenclatura grega da época quando o uso dessa língua era universal e Roma e Atenas e o império estavam nas mãos de Tibério.


Aqui também os morros estão sempre cobertos pelas oliveiras. O ônibus vai descendo em direção a Cafarnaum (Kfar Nahum), a Aldeia de Naum, nossa primeira parada junto às águas tranqüilas desse lago histórico e bíblico.


De onde estamos não se vê areia nem praia, a água bate diretamente no penhasco. Na rocha é bem visível a marca do nível da água, dois metros mais baixo, devido ao excessivo consumo dos últimos anos. Me diz o Charlie que a conta de água em Israel é três a quatro vezes mais alta do que a taxa de eletricidade, o que é bastante compreensível, neste país onde a água não cai do céu. E quando cai é recolhida e conservada em reservatórios e cisternas.


Novo desfile de ruínas históricas em Cafarnaum: sinagogas milenares, destruídas por seguidas guerras. Templos cristãos com inscrições em grego antigo. Restos de tumbas com a data precisa do nascimento e morte de seus ocupantes.


De Cafarnaum à cidade de Tiberíades, há uma profusão de arbustos floridos nos dois lados da estrada, dando um aspecto ajardinado à rodovia. A cidade está comprimida entre a montanha e o mar de água doce. Casas magníficas foram construídas em terraços em toda a extensão da montanha circundante. E novamente a arquitetura absolutamente branca das cidades israelenses domina a paisagem.


Depois de visitar uma loja de diamantes lapidados, seguimos em direção ao sul do Kinerét, onde o Jordão retoma seu leito rumo ao Mar Morto. As margens desse estreito curso de água são protegidas por uma densa e alta mata ciliar. Dessa forma a água do Jordão está sempre fria, devido ao sombreado do arvoredo que a circunda nas duas margens.


O Jordão é o paradeiro de milhares de turistas evangélicos que ali vem renovar o batismo em suas águas. Nessas “estações” de batismo há naturalmente um comércio intenso de suvenir. Nos restaurantes, o prato tradicional é o peixe de São Pedro, uma carpa que é pescada em abundância no Tiberíades. É de fato muito saborosa, frita ou assada.


De repente uma chicotada sonora estilhaça nossos ouvidos. É um jato da força aérea israelense patrulhando a área. Todos olham para o céu, mas não se vê nada. Quando o estampido nos atinge a aeronave já passou. Voltamos à nossa carpa frita, comodamente sentados numa mesa de varanda do restaurante à beira-mar.


Fiz camaradagem com um jovem casal de engenheiros italianos. São de Roma e claro, falam italiano o tempo todo e comigo arranham o inglês. Lá pelas tantas acabei confessando minha origem peninsular pelo lado materno. Me arrependi de ter revelado esse detalhe, porque os dois passaram a falar só italiano comigo. Mas foram uma boa companhia durante o tempo que estivemos juntos.


http://blogdovirson.blogspot.com.br/2009/09/pela-via-maris-atravessando-o.html
"Me recuso a abandonar um grão de memória que seja a esse buraco frio do esquecimento. O tempo recomposto é sossego que brilha". Cíntia Moscovich
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